A baixa representatividade de mulheres líderes é uma questão persistente em diversos setores, incluindo economia, política e cultura. No âmbito econômico, as mulheres enfrentam desafios para alcançar cargos de liderança, como evidenciado pelo baixo percentual feminino em cargos gerenciais, revelando disparidades salariais e oportunidades profissionais.
Na esfera política, a presença feminina muitas vezes é subestimada, com poucas mulheres ocupando posições de destaque em governos e instituições políticas.
No campo cultural, a representatividade feminina também é um desafio, com a presença muitas vezes limitada de mulheres em posições de destaque na indústria criativa.
Um exemplo marcante dessa disparidade é observado na premiação do Oscar, onde a baixa representação feminina em diversas categorias tem sido um tema recorrente de discussão. A escassez de mulheres indicadas e premiadas reflete não apenas desigualdades na indústria cinematográfica, mas também questiona a inclusão e reconhecimento das contribuições das mulheres no cenário cultural.
Por conta disso, a cerimônia do Oscar tem sido alvo de críticas.
Em 2024, a ausência notável de Greta Gerwig na categoria “Melhor Direção” gerou questionamentos. Gerwig dirigiu “Barbie”, o filme de maior bilheteria em 2023, trazendo para as telonas um universo amplamente reconhecido.
No entanto, essa situação já ocorreu anteriormente no Oscar 2019, quando Gerwig dirigiu “Adoráveis Mulheres”. O filme, uma nova adaptação da obra de Louisa May Alcott, recebeu indicações nas categorias “Melhor Filme”, “Melhor Atriz” e “Melhor Atriz Coadjuvante”.
Para comemorar o Dia Internacional da Mulher, celebrar as conquistas e refletir sobre os desafios ainda enfrentados em âmbitos diversos, trazemos neste artigo as mulheres indicadas ao Oscar 2024:
Melhor Direção
Justine Triet, por “Anatomia de uma Queda”
Justine Triet é a única mulher indicada na categoria de Melhor Direção. A cineasta francesa de 45 anos cresceu em Paris e em 2007 realizou seu primeiro documentário, “Sur Place”, sobre manifestações estudantis na França. A cineasta teve sua reputação consolidada com o filme “Na Cama com Victoria” (2016). Em maio do ano passado, Justine conquistou a Palma de Ouro do 76º Festival de Cannes, por “Anatomia de uma Queda”, tornando-se a terceira diretora consagrada na história da competição.
Melhor Atriz
Annette Bening, por “NYAD”
No filme “NYAD”, sob a direção conjunta de Jimmy Chin e Elizabeth Chai Vasarhelyi, Annette Bening interpreta a nadadora Diana Nyad. O longa retrata a incrível jornada de Nyad, que, aos 64 anos, conquistou o feito notável de se tornar a primeira pessoa a nadar de Cuba até a Flórida, enfrentando uma travessia em águas abertas que ultrapassou os 160 km.
Lily Gladstone, por “Assassinos da Lua das Flores”
Na obra do diretor Martin Scorsese, Lily fez história ao se tornar a primeira pessoa nativo-americana a receber uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz. O filme é uma adaptação do best-seller de não-ficção escrito por David Grann, proporcionando ao público uma imersão na trajetória da tribo indígena Osage. Na década de 1920, a comunidade testemunha tragédias, incluindo assassinatos de seus membros, desencadeados pela descoberta de petróleo sob o solo de sua reserva.
Emma Stone, por “Pobres Criaturas”
A jovem Bella Baxter é trazida de volta à vida pelo cientista Dr. Godwin Baxter que, ansiando por explorar mais do mundo, decide fugir com um advogado e embarcar em viagens por diferentes continentes. Desprovida dos preconceitos de sua época, Bella advoga pela igualdade e pela busca pela liberdade ao longo de suas jornadas.
Carey Mulligan, por “Maestro”
O filme biográfico é baseado na vida de Leonard Bernstein com foco em seu longo casamento com Felicia Montealegre, interpretada pela atriz Carey Mulligan. A obra retrata a relação entre Montealegre e Bernstein, que começou quando ele estava nos primeiros estágios de sua carreira musical e ela era uma atriz em ascensão.
Sandra Hüller, por “Anatomia de Uma Queda”
O filme aborda a escritora alemã Sandra, interpretada Sandra Hüller, que é julgada pelo assassinato de seu marido, Samuel, que foi encontrado morto. O thriller acompanha o julgamento que deixa de ser uma investigação da morte de Samuel e se aprofunda na relação do casal.
Melhor Atriz Coadjuvante
Da’Vine Joy Randolph, por “Os Rejeitados”
No filme, que se passa nos anos 1970, Da’Vine interpreta uma mãe em luto que trabalha como cozinheira em um colégio interno. Mary Lamb, sua personagem no longa, apesar do sofrimento de ter perdido o único filho, convocado para a Guerra do Vietnã, é a voz da compaixão e do entendimento entre dois personagens cabeças-duras.
Danielle Brooks, por “A Cor Púrpura”
O filme dirigido por Blitz Bazawule conta a história de Celie (Fantasia Barrino), uma mulher afro-americana que vive no sul dos Estados Unidos no começo do século XX. Ela tenta superar os traumas deixados pelos abusos do pai e do marido ao longo dos anos e, para isso, contará com o apoio e a força de um grupo de mulheres que constrói uma irmandade.
Emily Blunt, por “Oppenheimer”
No longa, Kitty Oppenheimer, esposa de Robert Oppenheimer, é interpretada pela britânica Emily Blunt. A bióloga e botânica fez parte do Partido Comunista e era casada anteriormente com o ativista Joe Dallet.
America Ferrera, por “Barbie”
No sucesso de Barbie, America interpreta Gloria, responsável por ajudar a salvar a protagonista da doutrinação patriarcal. Ela é uma das funcionárias da Mattel que ajuda Barbie a recuperar a “Barbieland” dos Kens.
Jodie Foster, por “NYAD”
A atriz interpreta Bonnie Stoll, melhor amiga e treinadora de Nyad que, aos 64 anos, se tornou a primeira pessoa a nadar de Cuba até a Flórida – uma travessia em águas abertas de mais de 160 km.