Como funciona a tecnologia de reconhecimento facial.

  • Detecção de rosto: A tecnologia começa com a detecção de rostos em uma imagem ou vídeo, utilizando algoritmos avançados para identificar padrões que se assemelham a rostos humanos.
  • Extração de características faciais: Após a detecção, o sistema extrai características únicas do rosto, como distâncias entre pontos de referência, forma do nariz e padrões de rugas, criando uma assinatura facial.
  • Correspondência de características faciais: Essas características são então comparadas com um banco de dados de características faciais conhecidas, utilizando técnicas matemáticas para avaliar semelhanças e identificar o indivíduo.

Precisão e desafios.

A tecnologia de reconhecimento facial alcançou taxas de precisão elevadas, superando 99% em alguns casos. No entanto, enfrenta desafios como qualidade da imagem, variações na aparência facial devido a expressões, envelhecimento ou iluminação, e vieses nos bancos de dados.

Preocupações éticas e privacidade.

A adoção da tecnologia de reconhecimento facial transformou significativamente vários aspectos da vida cotidiana, particularmente na China, onde sua integração se estende desde a segurança pública até a conveniência pessoal.

No Brasil, o estado que mais utilizou reconhecimento facial foi a Bahia, onde mais de 60 municípios já adotaram como medida de segurança pública.

Essa tecnologia, sem dúvida, aprimorou as medidas de segurança, simplificou o controle de acesso e facilitou aplicações inovadoras em setores como pagamentos móveis, saúde e educação.

Por exemplo, o uso do reconhecimento facial para vigilância e aplicação da lei reforçou a segurança pública, enquanto sua aplicação em transportes simplificou as viagens com sistemas de acesso sem bilhetes. No âmbito educacional, reduziu os encargos administrativos por meio de sistemas automatizados de presença.

No entanto, o uso generalizado dessa tecnologia traz profundas preocupações com a privacidade. A noção de estar constantemente monitorado e ter os movimentos e atividades rastreados desperta alarme sobre a violação da privacidade pessoal. Além disso, o debate sobre a tecnologia de reconhecimento facial não se trata apenas dos benefícios que ela traz, mas também do potencial para uso indevido e das implicações para as liberdades individuais.

Um dos principais problemas é o erro relacionado à inserção de informações nos sistemas. No entanto, um problema ainda mais grave e de difícil correção é o racismo algorítmico, que se refere à utilização de algoritmos em sistemas judiciais e policiais, resultando em tratamentos desiguais baseados em raça.

O racismo algorítmico intensifica a discriminação racial, aumentando o risco de prisões injustas e perpetuando a desconfiança nas instituições de justiça. Isso ocorre devido a diversos fatores, como o treinamento dos sistemas com dados históricos enviesados e a falta de uma avaliação crítica nas decisões algorítmicas, perpetuando estereótipos racistas.

Isso destaca a necessidade de um discurso ponderado sobre os limites do papel da tecnologia na sociedade e a importância de preservar a privacidade e os direitos individuais diante do avanço tecnológico.